Fonte:
Revista Placar, nº 175, 1973, p. 18 e 19.
https://books.google.com.br/books?id=QNKXuna_VBEC&pg=PA18&lpg=PA18&dq=Durante+anos+o+Atl%C3%A9tico-MG+se+beneficiou+da+paix%C3%A3o+de+alguns+ju%C3%ADzes,+escalados+para+ajud%C3%A1-lo&source=bl&ots=FVjYcxl8in&sig=wsTgWUcW9O_VQlSwa1JfvDoRKA8&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwj96smPs-vKAhVDlJAKHU7YA0MQ6AEIJTAB#v=onepage&q=Durante%20anos%20o%20Atl%C3%A9tico-MG%20se%20beneficiou%20da%20paix%C3%A3o%20de%20alguns%20ju%C3%ADzes%2C%20escalados%20para%20ajud%C3%A1-lo&f=falseRevista Placar, nº 175, 1973, p. 18 e 19.
Cidinho
- O juiz "Bola Nossa" - Revista Placar, julho de 1973
Durante anos o Atlético Mineiro se beneficiou
da paixão de alguns juizes, especialmente para ajuda-lo. Não ter seu busto
entronizado na sede de Atlético Mineiro é a grande mágoa de Cidinho. Não
pertencer ao Conselho do clube é a queixa de Geraldo Fernandes. Não ser chefe
da sua torcida é a reclamação de João Felix Junior. Suportar a fama de
Quim-Quim Carijó chega a decepcionar Joaquim Gonçalves. Estes juizes reclamam uma recompensa do Atlético pelos anos de apito
fiel. Todos confessam sua paixão pelo clube, mas juram também que jamais
recebera dinheiro para ajudar o clube. Era um caso de amor desinteressado.
Nos 25 anos como juiz, Cidinho – Alcebíades
de Magalhães Dias – escapou de muitos linchamentos e ganhou o apelido de Bola
Nossa devido ao seu amor pelo Atlético Mineiro. Ele mesmo conta esta história –
"Atlético e Botafogo jogavam na inauguração do estádio do Cruzeiro em
1949. Afonso e Santo Cristo disputavam a bola para saber de quem era o lateral.
Quando o beque do Atlético me perguntou de quem era a bola, deixei escapar uma
frase que me acompanhou para o resto da vida – É nossa, Afonso, a bola é
nossa".
O entusiasmo foi tão grande que Santo Cristo
saiu sorrindo e contou aos companheiros. Augusto Rocha, jornalista de O Veneno,
ouviu tudo e no dia seguinte conseguiu vender mais de 2000 exemplares em Belo
Horizonte com a seguinte manchete – O Galo pariu um rato.
Cidinho
confessa que sempre foi assim desde do começo quando trocou o cargo de repórter
da extinta Folha de Minas pelo apito parcial. Sua primeira atuação importante
foi em um Atlético e América, jogo chave para decisão do titulo de 1945. E
Cidinho relata – "Na primeira falta expulsei o ponta do América
Fernandinho. A torcida do Atlético aplaudiu e eu me senti realizado".
Por causa da derrota, que lhe valeu a perda do campeonato, o America nunca perdoou Cidinho. Chegou a liderar, com o Cruzeiro, um movimento para expulsa-lo da Federação, mas não conseguiu. O Atlético era muito forte.
Por causa da derrota, que lhe valeu a perda do campeonato, o America nunca perdoou Cidinho. Chegou a liderar, com o Cruzeiro, um movimento para expulsa-lo da Federação, mas não conseguiu. O Atlético era muito forte.
Por causa do Atlético, Cidinho tem o que
talvez seja recorde mundial de trabalho em campo, quando Asas e Sete, dois
times extintos, jogaram durante três horas e dez minutos, no campo do Cruzeiro.
–"Ajeitei a situação para que o gol
não saísse. O vencedor ia jogar três dias depois com o Atlético, e o negócio
era cansar o adversário".
Num jogo entre Bela Vista e Siderurgica, cujo resultado interessava ao Atlético, Cidinho quase foi linchado em Sete Lagoas. O juiz queria o empate e os time queria a vitória. Venceu o juiz. Ele quase morreu. Entrou nos vestiários do Bela Vista e se enfiou no saco de camisas. O massagista do Siderúrgica não conseguiu encontra-lo. Outra vez em Barão de Cocais, Cidinho marcou um pênalti (?) contra o Metalusina aos 40 minutos do segundo tempo. O Atlético venceu com aquele gol, mas o juiz ficou no meio do campo cercado pela policia e só saiu as 3 horas madrugada. E só saiu vestido de cigana, conseguindo enganar a população enfurecida.
Num jogo entre Bela Vista e Siderurgica, cujo resultado interessava ao Atlético, Cidinho quase foi linchado em Sete Lagoas. O juiz queria o empate e os time queria a vitória. Venceu o juiz. Ele quase morreu. Entrou nos vestiários do Bela Vista e se enfiou no saco de camisas. O massagista do Siderúrgica não conseguiu encontra-lo. Outra vez em Barão de Cocais, Cidinho marcou um pênalti (?) contra o Metalusina aos 40 minutos do segundo tempo. O Atlético venceu com aquele gol, mas o juiz ficou no meio do campo cercado pela policia e só saiu as 3 horas madrugada. E só saiu vestido de cigana, conseguindo enganar a população enfurecida.
Geraldo Fernandes da Silva, outro juiz
atleticano, é mais comedido em sua confissão: " Sempre estive ao lado da massa,
mas nunca prejudiquei os adversários". No entanto, Antonio da Cunha Lobo,
presidente do Cruzeiro em 1947, afirma que Geraldo foi responsável pelo
bicampeonato atleticano naquele ano, valçidando um go em impedimento contra o
então forte Vila Nova. Com a vitória do Atlético, o Cruzeiro perdeu as
esperanças no titulo. Houve reunião do Conselho Deliberativo, protestos,
ameaças do Cruzeiro. Mas tudo acabou com Geraldo Fernandes prestigiado na
Federação Mineira.
O mesmo aconteceu com João Felix Junior num América
x Atlético em 1950, quando a torcida viu o primeiro clássico no velho Estádio
Independência.- Foi falta ou impedimento ? Perguntou o atacante Vaguinho do América.
E João Felix virava constantemente a palma da mão. Não entendendo, Vaguinho voltou a perguntar e foi expulso por desrespeito a autoridade.
O juiz queria dizer que a bola era do Atlético, pois em sua mão estavam pintadas as cores do Atlético. Quando esta reportagem foi feita, João Felix Junior trabalho no Departamento de Futebol do Atlético como prêmio de consolação, quando foi obrigado a largar o apito depois de uma intensa campanha do América.
Cidinho:
"A bola é nossa", diz blog do Melane
Em Minas Gerais, Alcebíades Magalhães Dias, o
famoso Cidinho de a “A bola é nossa”; Joaquim Gonçalves, também chamado de
Joaquim Cocó, pelas arbitragens favoráveis ao Atlético”
“Lá em Sabará, quando apitei o final da
partida, a torcida invadiu o campo. Tinha um córrego do lado e o povo queria me
jogar lá dentro. Consegui correr para o vestiário e uma senhora teve de
arranjar um vestido para que eu pudesse deixar a Praia do Ó (Estádio do
Siderúrgica) e, mesmo assim, dentro de um camburão da polícia”. Mas sua maior façanha, indiscutível, foi
durante um jogo, no Barro Preto, estádio do Cruzeiro. Ele contava a história de
seu jeito, argumentando que foi em 1940, uma partida envolvendo mineiros contra
cariocas ou paulistas. Não precisava o confronto. “A bola saiu para a lateral e
eu estava como assistente. Questionado de quem seria o arremesso do lateral,
não hesitou: “A bola é nossa”.
Fonte:
Blog do Melane
http://blogdomelane.blogspot.com.br/2015/03/cidinho-bola-e-nossa.html
Blog do Melane
http://blogdomelane.blogspot.com.br/2015/03/cidinho-bola-e-nossa.html
Outros
links sobre o assunto Cidinho bola nossa
Jornal O Tempo (2007)http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/teodomiro-braga/teodomiro-braga-de-cidinho-bola-nossa-a-cl%C3%A9ver-assun%C3%A7%C3%A3o-1.203209
Revista Carta Capital (2015)
http://www.cartacapital.com.br/cultura/bola-nossa
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